COVID-19 INFECTION IN A CANDIDATE FOR AUTOLOGOUS HEMATOPOIETIC STEM CELL TRANSPLANTATION: A CASE REPORT

A case report

Resumo

A pandemia pelo novo coronavírus SARS-CoV-2 tem sido causa de enormes desafios para todo o sistema de saúde, especialmente nos programas que lidam com transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH), em vista das sequelas relacionadas a COVID-19 podem ser impeditivas a um possível TCTH. Em relato do caso, VBF, 61 anos, diagnóstico de linfoma Hodgkin clássico rico em linfócitos em 2018 com tratamento inicial com ABVD, apresentou remissão parcial e foi iniciado esquema ICE, porém com progressão da doença após 5 ciclos. Foi então iniciado esquema IGEV  com programação de transplante autólogo de células hematopoiéticas, realizando terceiro ciclo de quimioterapia em maio/2020.
Contudo, no final de maio/2020, foi admitido em serviço de emergência com infecção por SARS-Cov-2 confirmado por meio de PCR do swab nasal e orofaríngeo. Evoluiu durante a internação com insuficiência respiratória hipoxêmica, ventilação mecânica e infecções pulmonares secundárias, com múltiplos esquemas antimicrobianos, apresentando então melhora e sendo finalmente extubado. Entretanto, apresentou sequela pulmonar importante, com TC de tórax mostrando cavitação extensa em lobo superior esquerdo e opacidades reticulares, com distorção da arquitetura pulmonar.  Foi reavaliado quanto a possibilidade de transplante de células hematopoiéticas autólogo, porém este foi contraindicado devido a sequela pulmonar. Nesse caso relatado, o paciente cumpria a indicação formal de TCTH, que seria, refratariedade ou recaída em uma segunda remissão em pacientes de até 70 anos com sensibilidade aos esquemas de salvamento. Porém, devido a sequela pulmonar adquirida após o quadro de COVID-19, o TCTH foi contraindicado. Este caso nos leva a conclusão de que a pandemia pelo coronavírus SARS-CoV-2 pode afetar diretamente os serviços de TCTH e que além de prevenir a infeção nesse grupo de pacientes, os mesmos devem ser reavaliados posteriormente a recuperação da COVID-19 para avaliação de sequelas respiratórias estruturais e funcionais