GATA genotype and FY*B(-67T>C) polymorphism as a cheap and reliable tool to evaluate ethnicity in Brazilian patients submitted to autologous transplantation
DOI:
https://doi.org/10.46765/2675-374X.2024v5n1p220Resumo
Resumo
A coleta de dados de alta qualidade sobre etnia é crucial para a pesquisa clínica, especialmente em estudos de associação genética, a fim de evitar viés de confusão devido a diferentes origens étnicas entre os pacientes, um viés conhecido como estratificação populacional. No Brasil, para descrever raça, comumente utilizamos a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), chamada de "cor autodeclarada", mas é reconhecido que definir ancestralidade por características fenotípicas, especialmente em países com população altamente miscigenada como o Brasil, é impreciso. Nosso objetivo foi avaliar a relação entre o polimorfismo GATA FYB(-67T>C) e a cor autodeclarada em pacientes brasileiros submetidos a transplante autólogo e verificar a viabilidade de usar esse teste como uma ferramenta mais confiável para avaliar ancestralidade nessa população. Métodos: Realizamos um estudo para avaliar a associação entre polimorfismos de genes candidatos e toxicidades após o transplante autólogo de células-tronco (ATCTH) em pacientes adultos com linfoma ou mieloma de 2015 a 2021 em dois centros de transplante brasileiros. Todos os pacientes com DNA disponível para estudar polimorfismos genéticos foram incluídos. Na presente análise, avaliamos a associação entre o polimorfismo GATA e a cor autodeclarada nesta coorte. Resultados: Um total de 217 pacientes foram incluídos nesta análise. A idade média no momento do transplante foi de 56 anos (21-79) e 130 pacientes (59,9%) eram do sexo masculino. A maioria dos pacientes era autodeclarada branca (n=175, 80,6%) e o genótipo mais comum foi GATA67T/T (alelos selvagem/selvagem) (n=142, 65,4%). Entre os pacientes autodeclarados brancos, 73,1% foram genotipados como GATA67T/T e 4,0% como GATA-67C/C, enquanto entre os pacientes não brancos, 21,4% foram genotipados como GATA-67C/C (p<0,001). A frequência do alelo FYB(-67T>C) foi de 0,22 na população total; ele foi identificado em 26,9% dos pacientes autodeclarados brancos e em 66,6% dos não brancos (p<0,001). A sobrevida global em 12 meses foi de 86,6% (IC 95% 79,9 - 91,2%), sem diferença de acordo com a cor autodeclarada (86,8% vs 85,5% para pacientes brancos e não brancos, respectivamente, p=0,81) ou a presença do alelo FYB(-67T>C) (85,2% vs 89,9% para pacientes não mutados e mutados, respectivamente, p=0,27). Conclusão: O polimorfismo GATA FYB(-67T>C) está associado à cor autodeclarada em pacientes brasileiros submetidos a ATCTH. Dada a importância de avaliar corretamente a ancestralidade em estudos de associação genética em transplantes, o polimorfismo GATA FY*B(-67T>C) pode ser utilizado como uma ferramenta mais precisa em populações com origens étnicas/raciais diversas.
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